segunda-feira, 22 de maio de 2017

ENCONTROS
Estou próximo de completar 59 anos. Ao me olhar no espelho indago da imagem que me surge à frente sobre a vida: meus momentos de chegadas e partidas, de encontros e desencontros. Estou me referindo aos momentos em que nos deparamos com o outro – breves ou longos instantes onde dois indivíduos únicos se aproximam fisicamente. Nem sempre o encontro é afetivo. Via de regra, no mundo empresarial, ele é formal e distanciado. Mesmo nos encontros familiares, a presença física pode ser de proximidade, mas a junção de almas ou corações pode estar em oposição ou posição antagônica.
Um dia tem 84.600 segundos. Já reparamos que nossas trocas afetivas são insignificantes, se levarmos em conta de que um abraço leva em média 30 segundos? Quanto tempo de entrega efetiva a nossos companheiros, filhos, amigos, pais, dedicamos diariamente?
Muitos indivíduos cruzam nosso Caminho desde o nascimento até a morte. Cada um deixa uma impressão em nós e leva uma impressão da gente. Estreitamos esse relacionamento quando de alguma forma permeia o afeto. Amizade é isto: uma grande afeição; apreço entre pessoas.
O espelho me mostra um rosto que eu acompanhei o envelhecimento à medida que os anos passavam. Sei que ao longo do tempo não criei expectativa alguma de como seria minha fisionomia com o passar do tempo. Hoje, me ressinto da ausência de alguns amigos que já encerraram sua caminhada por aqui. Aprendi, com essas perdas que, às vezes, poupamos nosso Amor, entregando-o paulatinamente, em conta gotas. E quando a finitude nos surpreender, constatamos que deveríamos ter Vivido mais, Amado mais, ter “gasto” mais tempo com aqueles que a amizade, o amor, a empatia fazem da convivência um motivo para acreditar na humanidade, e, que outro mundo é possível.
“Faça Amor não faça Guerra” lema dos anos Setenta continua como mote aqueles que sabem que a polarização é burra. Acreditar que a salvação está em “A” ou “B” é o que temos visto no confronto político. Tal rivalidade dicotômica também existe nos estádios de futebol e cresce no meio religioso.
É preciso sair dessa posição egoica de que o certo sou eu e aqueles que fazem parte de alguma agremiação em que eu esteja inserido. Lembremo-nos, sempre, de que tudo depende do ponto de vista e das poucas e, às vezes, tendenciosas informações/opiniões que chegam até nós.
Vem à mente a música da Legião Urbana que lembra a fala Franciscana de que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...
São quase três décadas de esperança de novos rumos. Tanta coisa mudou: planos econômicos; abertura política e de mercado; advento de novas tecnologias, contudo persistem os problemas cruciais: CORRUPÇÃO E DESFAÇATEZ. Alguns poucos usurpando a riqueza dessa Nação e resultando em políticas públicas de baixa qualidade nas áreas da Segurança, Saúde, Educação e Moradia, os pilares básicos da Cidadania.
Caminhemos!
Há de chegar o momento em que toda a sociedade participe mais efetivamente daquilo que queremos para essa NAÇÃO e o legado que deixaremos aos nossos netos e descendentes.


Paralelo 30 sul

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