ENCONTROS
Estou
próximo de completar 59 anos. Ao me olhar no espelho indago da imagem que me
surge à frente sobre a vida: meus momentos de chegadas e partidas, de encontros
e desencontros. Estou me referindo aos momentos em que nos deparamos com o
outro – breves ou longos instantes onde dois indivíduos únicos se aproximam
fisicamente. Nem sempre o encontro é afetivo. Via de regra, no mundo
empresarial, ele é formal e distanciado. Mesmo nos encontros familiares, a
presença física pode ser de proximidade, mas a junção de almas ou corações pode
estar em oposição ou posição antagônica.
Um
dia tem 84.600 segundos. Já reparamos que nossas trocas afetivas são
insignificantes, se levarmos em conta de que um abraço leva em média 30
segundos? Quanto tempo de entrega efetiva a nossos companheiros, filhos,
amigos, pais, dedicamos diariamente?
Muitos
indivíduos cruzam nosso Caminho desde o nascimento até a morte. Cada um deixa
uma impressão em nós e leva uma impressão da gente. Estreitamos esse
relacionamento quando de alguma forma permeia o afeto. Amizade é isto: uma
grande afeição; apreço entre pessoas.
O
espelho me mostra um rosto que eu acompanhei o envelhecimento à medida que os
anos passavam. Sei que ao longo do tempo não criei expectativa alguma de como
seria minha fisionomia com o passar do tempo. Hoje, me ressinto da ausência de
alguns amigos que já encerraram sua caminhada por aqui. Aprendi, com essas
perdas que, às vezes, poupamos nosso Amor, entregando-o paulatinamente, em
conta gotas. E quando a finitude nos surpreender, constatamos que deveríamos
ter Vivido mais, Amado mais, ter “gasto” mais tempo com aqueles que a amizade,
o amor, a empatia fazem da convivência um motivo para acreditar na humanidade,
e, que outro mundo é possível.
“Faça
Amor não faça Guerra” lema dos anos Setenta continua como mote aqueles que
sabem que a polarização é burra. Acreditar que a salvação está em “A” ou “B” é
o que temos visto no confronto político. Tal rivalidade dicotômica também
existe nos estádios de futebol e cresce no meio religioso.
É
preciso sair dessa posição egoica de que o certo sou eu e aqueles que fazem
parte de alguma agremiação em que eu esteja inserido. Lembremo-nos, sempre, de
que tudo depende do ponto de vista e das poucas e, às vezes, tendenciosas informações/opiniões
que chegam até nós.
Vem
à mente a música da Legião Urbana que lembra a fala Franciscana de que é
preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...
São
quase três décadas de esperança de novos rumos. Tanta coisa mudou: planos
econômicos; abertura política e de mercado; advento de novas tecnologias,
contudo persistem os problemas cruciais: CORRUPÇÃO E DESFAÇATEZ. Alguns poucos
usurpando a riqueza dessa Nação e resultando em políticas públicas de baixa
qualidade nas áreas da Segurança, Saúde, Educação e Moradia, os pilares básicos
da Cidadania.
Caminhemos!
Há
de chegar o momento em que toda a sociedade participe mais efetivamente daquilo
que queremos para essa NAÇÃO e o legado que deixaremos aos nossos netos e
descendentes.
Paralelo 30 sul
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