quinta-feira, 25 de maio de 2017

O Outro

Aonde quer que pulse um coração miscigenado – brasileiro por natureza – há Você e alguém ao seu lado.
E o defeito sempre está no outro, que em psicologia chama-se Projeção. No jargão popular: “o macaco não enxerga o próprio rabo, só o do vizinho”.
Se quiseres mudar o mundo começa por ti, disse Ghandi.
Estamos sendo bombardeados por notícias e boatos; opiniões pessoais e editoriais; nas mídias televisivas, radiofônicas e impressa, e, mais ainda, pelos dispositivos das redes sociais que permitem uma generalização rasa: os escândalos sobre corrupção até agora divulgados são apenas a ponta do iceberg; e, há o risco de uma polarização doentia, quase fanática.
Não se trata de fora Dilma! Fora Temer! Fora Aécio! Talvez o ideal fosse Fora T O D O S  !!!
Do jeito em que as cartas são distribuídas nesse Jogo de Poder, há uma minoria que governa esse País, à medida que financia tais campanhas e elege aqueles que são do seu interesse. Os irmãos donos da JBS e Emílio e Marcelo Odebrecht em suas delações premiadas mostraram “a ferida aberta, escancarada” do funcionamento dessa máquina de corrupção que não é de agora. Está entranhada nas três esferas de governo: federal, estadual e municipal, em praticamente todo o Brasil. Esse jogo de cartas marcadas é um câncer que precisa ser extirpado. Mas como?
O que cada um de nós contribuí para que esse País seja diferente?
Voltando à “projeção” - o defeito que eu aponto no outro está em mim. Da mesma forma, as qualidades que aponto no outro, também residem em mim. Dentre as qualidades do brasileiro é de se destacar a criatividade e a hospitalidade. O problema é que a criatividade pode ser usada para fins nobres e pacíficos ou para fins escusos e perversos ou beligerantes. Quando um brasileiro descobre um furo na Lei, de imediato, tenta se valer disso e, logo a seguir, dá a dica para alguns amigos, sendo que, depois, ainda repassa essa informação – já não tão nova - para outros, objetivando lucro. Esse levar vantagem, que gerou a tal “Lei de Gérson” nos idos da década de setenta está impregnado em nós, numa graduação que vai do sutil até a mais abusiva e palpável possível. Os representantes no Legislativo nessas três esferas foram colocados lá pelo voto popular, em que pese a descoberta sobre o caixa dois de campanhas. Eles representam, por amostragem, o povo brasileiro.
Não, não. Não adianta chiar, espernear, dizer que os que estão lá são a nossa Sombra, mas que nós somos essencialmente Luz. A diferença entre roubar uma maça na quitanda e um milhão de reais em uma maracutaia, está no objeto e, principalmente que: se pego, o ladrão da quitanda corre o risco de baixar o presidio.
É bem verdade que grande parte da população brasileira é honesta, trabalhadora, solidária, criativa e esperançosa, portanto haveremos de encontrar meios para modificar nossa sociedade.

E a dica passa pela União. Aceitação de si e do outro. A busca tão sonhada de um bem comum.

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